segunda-feira, 9 de novembro de 2009

VALE5 e opções



Podemos observar no gráfico semanal da VALE5 que ela se encontra na retração de 38,2% pelo Fibo traçado entre os valores de fechamento do topo histórico e o “fundo histórico” na perna de queda provocada pelo bear market de 2008. A questão central deste gráfico é se teremos (ou não) o rompimento dos R$ 41,87, que tem sido uma muralha há 3 semanas, e que abriria caminho para os R$ 47,00, ou até mesmo um novo TH. Com essa questão em mente, vamos analisar o que temos:

Fraqueza ou Expectativa ?

No último candle podemos observar que o volume reduziu-se a 64% do negociado na semana anterior, justamente num candle de alta, o que sugere que tivemos um enfraquecimento do ímpeto altista. Na verdade, creio que a correta interpretação desse baixo volume não é exatamente falta de força no ativo, mas sim “expectativa”, visto que estamos a 1 semana do vencimento de opções, e por outros estudos em que avaliei o comportamento do ativo nas vésperas de vencimentos, pude identificar que, sistematicamente, há uma brusca redução de volatilidade duas semanas antes de cada vencimento, que volta a aumentar um pouco nos dias prévios ao vencimento, com picos de volatilidade no intraday causados pela briga de posições, por isso, interpreto o momento como “expectativa”, e não fraqueza.

Análise Técnica

O principal efeito dessa brusca queda na volatilidade é a distorção dos indicadores usuais da análise técnica, o que é facilmente observável pelo estreitamento progressivo nas bandas de Bolinger, em vários tempos gráficos, 15, 30, 60 min, e até mesmo no diário, e por conseqüência, todos os demais indicadores ficam no meio das suas escalas, lateralizados, sem indicação de tendência, esse é o pior dos mundos para um analista gráfico. O Bollinger recomenda em seu livro que cada vez que o estreitamento acentua num tempo gráfico se deve pular para um tempo superior, até que haja uma leitura mais consistente da tendência. Adianta, mas não resolve, pois caímos no médio-longo prazo, e perdemos a visão do curto, que poderia responder melhor sobre o rompimento. Mas, tem horas, que os indicadores nublam e temos que reconhecer que essa é uma condição normal do mercado e que está além do nosso controle, elevando o risco de qualquer posicionamento. Análise técnica como qualquer ferramenta também tem suas limitações.

Volume

Se não temos bons indicadores para o curto prazo, uma saída é avaliar o posicionamento em preço, procurando identificar onde os principais players estão posicionados, pois dessa forma ficam mais claras as zonas de suporte e resistência relevantes. Considerando o TH até hoje, perna de queda, mais a recuperação parcial onde nos encontramos, temos pelas retrações que o percentual de volume se distribui da seguinte forma:

38,2% / R$ 41,87 >> 07,54% (de positivo, temos que o volume está ascendendo rapidamente, mas ainda é baixo)

50,0% / R$ 37,72 >> 08,77% (suporte fraco, numa primeira queda pode funcionar, numa segunda creio que cede)

61,2% / R$ 33,58 >> 22,69% (região de maior ancoragem, com pico de volume)

Cenário Bear (Suporte)

A leitura do volume por preço mostra que houve uma forte compra da tendência de alta desde os R$ 20,00 até R$ 35,00, acima deste valor a entrada de volume tornou-se rarefeita, e o preço subiu mais pela volatilidade, do que realmente por compras de médio-longo prazo. É razoável esperar que num cenário bear, o ativo se re-equilibre neste patamar, 70% do volume negociado no período está entre R$ 20,00 e 35,00, um bom colchão.

Cenário Bull (Resistência)

Considerando a ascendência do volume sendo negociado na região dos R$ 41,00, tanto na queda, quanto novamente agora durante as 3 últimas semanas, temos o desenvolvimento de um ponto de ancoragem bem interessante, visto que a região mostrou-se bastante negociada na queda e repete o mesmo agora. Embalamos dos R$ 35,00 até os R$ 41,00 pela volatilidade, e em relação aos preços vizinhos, há compra ascendente no patamar atual. No entanto, observando com mais detalhe apenas as últimas 4 semanas, o comportamento do volume mostra uma divergência de baixa, reforçando a dificuldade de transposição e a força dessa resistência.

Resumo

Tendência não está fraca, mas entrou num compasso de expectativa em função do vencimento de opções a ocorrer em 16/11, prejudicando a leitura dos indicadores usuais de AT. Analisando volume temos uma indicação de ancoragem mais forte nos preços R$ 35,00 e R$ 41,00, esse último, provavelmente pela psicologia da passagem R$ 39,00 - 40,00, o que denota cuidado com uma eventual perda dos R$ 40,00, pois o stop ainda estaria barato, e pode jogar o preço mais prá baixo. Com AT no curto prazo nublada, parte da resposta pode estar no posicionamento das opções assumido pelos grandes players.

Enquanto a VALE5 atingiu a retração 38,2% o seu par VALE3 está no meio do caminho, ficando pelos 50%, recuperando menos da queda, com tudo isso, fica realmente difícil afirmar que teremos o rompimento por critérios de tendência e AT. Se tivermos, creio que será por volatilidade causada pela briga de opções, e aí, vira cassino. Para quem quer se posicionar, melhor esperar que o ativo cruze os R$ 42,00, com um stop logo abaixo do Fibo, já quem está posicionado, recomendo atenção à perda dos R$ 40,00, e em seguida aos R$ 35,00, pois R$ 37,00 é a faixa mais rarefeita em volume dos preços.

Opções

Chama a atenção o posicionamento dos gringos em cada série, requerendo uma avaliação para o que poderemos esperar nos próximos 5 dias. Na tabela abaixo seguem os posicionamentos mais fortes em cada série (obtidos pelo Broadcast – Agência Estado). Alguns tubas parecem estar com problemas (ou não, se tiverem um plano B) ... Anexei uma planilha com o detalhamento das posições e os gráficos semanal com fibo das VALEs.

K36 (R$ 35,58) >> CS HG // M. LYNCH // INTERFLOAT

K38 (R$ 37,58) >> XP // GRADUAL // CRUZEIRO

K40 (R$ 39,59) >> ITAU // M. LYNCH // ATIVA

K42 (R$ 41,58) >> XP // ITAU // ALPES

K44 (R$ 43,58) >> AGORA // INTERFLOAT // BANIF

K46 (R$ 45,58) >> AGORA // M. STANLEY // ALPES

K48 (R$ 47,58) >> M. STANLEY // TOV // ITAU

Fechamos a semana em R$ 41,61, logo acima do preço de exercício da K42, vale lembrar que por diversas vezes o ativo passou por resistências fortes pulando o preço em aberturas com GAP bastante acentuados, como os futuros americanos nesta manhã estão bem fortes, e com uma ajuda do Morgan Stanley, podemos ter a resposta.

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